terça-feira, 7 de julho de 2009

Verborragia.

Uso esse espaço pra desabafar (admito), uso-o como uma espécie de “lixeira emocional” mas eu preciso exercer minha verborragia.Tenho me sentido como a personagem protagonista do conto “Dama da noite” do escritor Caio Fernando Abreu, “COMO se eu estivesse por fora do movimento da vida. A vida rolando por aí feito roda gigante, com todo mundo dentro, e eu aqui parada, pateta, sentada no bar. Sem fazer nada, como se tivesse desaprendido a linguagem dos outros”.

Sabe aquela sensação de primeiro dia de aula, ou a espera na sala do dentista? Aquele medo misto de ansiedade, nervosismo, estranhamento e impotência. Acho que estou passando por uma crise tardia de “aborrecência”, se bem que já passei por muitas dessas crises sem maiores conseqüências.O que estou tentando dizer é que eu estou com medo de crescer, medo de ter que ir embora, medo de estar gostando de alguém, medo de perder minha tão adorada (e questionada) “estabilidade” emocional, estou com muito medo de ter que encarar a “vida” como a adulta, que em tese eu sou.Acho que isso poderia ser definido como “complexo de Peter Pan, certo?!”. Eu sempre soube, o que ia fazer, onde ia chegar, em resumo: quem eu ia ser. Em qual esquina, ou bar meu futuro brilhante se perdeu? Tenho bebido e fumado muito (não me orgulho), tenho dormido pouco e comido menos ainda, tenho buscado fugir de mim... me agarrando as coisas e as pessoas do passado..Gostaria de encontrar “a parte boa” do meu Eu. Queria que a Mirian e a Carla (dois lados muito diferentes da mesma moeda) por um instante só se unissem, pra que eu pudesse parar de buscar fragmentos nos outros que anulem essa minha fragmentação.


Eu só queria me deitar por um longo período no colo do meu pai (que está a 400 km daqui) ou do meu antigo namorado (enquanto ele diria: amor, eu estou aqui), só o colo da minha mãe já não é suficiente. E nessa ânsia desesperada de não me machucar de não deixar que me machuquem, machuco. E como no fim do já citado conto, quando estou fechada e sozinha no meu quarto, eu viro aquilo que sou: uma criança assustada.

E só me resta repetir tal qual um mantra: que seja doce! Vem funcionando.

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