quarta-feira, 9 de março de 2011

Two beers, please!


Vezenquando tudo o que eu quero é desaparecer. Ser invisível, sabe? Quase consigo. Eu preciso de um domingo gelado, de céu azul, calmo e lindo.
 One more cup of coffee?   Two beers, please! 
É estranho como as coisas parecem nunca terminar. É como se tudo o tempo todo estivesse se repetindo, os lugares, as pessoas - seus cheiros – os medos. Acho que é ciclo da vida, melhor seria dizer o circo. Nesse circo, (in)felizmente não sou palhaço, sou um leão. Leão já sem dentes, sem força, esperando a morte. Queria rugir, mas meu rugido não afugenta, causa riso.
Espero, espero sentado. Desespero.  (Des)esperança. Você acha um saco ler isso? Agora imagine sentir.
Acho que é culpa do calor, do dollar, do Lula. Digo, do Lula não, da Dilma - ando tão 2009-2010 - so last week. Odeio essa coisa de crescer, envelhecer. Responsabilizar-se.
Andei pensando em liberdade, mas liberdade total. Sem laços. Existe? É uma daquelas perguntas sem respostas, não é?
Saudade, saudade, saudade. Parece um martelo, ou uma faca. Enfim, dói. Saudades de banho de chuva, bolo de fubá com café, meu tênis branco, meu livro da Clarice - sendo inteiramente sincera, nunca  a entendi muito bem também -  e seus olhos furta-cor.
É hora de partir. Partilhar, mas continuo me recusando. Faz tempo que eu queria (te) dizer isso. Que há coisas com as quais a gente não aprende a conviver. A perda, por exemplo, é natural. As pessoas mais se perdem do que se encontram. Nada tão trágico. Entenda. Faz tempo que eu ensaio um pedido de desculpas, mas não vou concretizá-lo. Sei, sabes, sabemos.
Agora, chega de saudade e esses “mimimi´s”. Quero um mini-refrigerador brastemp retrô amarelo, dormir a noite toda em uma cama de casal. Exijo uma dúzia de sapatos novos, um sem número de vestidos, todos os cd´s do Devendra Banhart e – pra não você diga que sou fútil - todos os livros do Caio, Machado, Benedetti e daquele lindo do Puig. Viu Vida? Anotou? Então, siga. Seguirei.
Espero que não me cause mais nenhuma complicação. Porque, por aqui, eu não desperdiçarei a última solução. Mas, antes... One more cup of coffee for the road.

domingo, 6 de março de 2011

O que as pessoas fazem a noite?


Estou cansada dolorida ansiosa e com uma vontade enorme de chorar ou gritar - talvez as duas coisas ao mesmo tempo -. Queria escrever algo interessante, vomitar tudo isso que amarra e amarga a garganta, mas as palavras fogem, se escondem  -safadinhas - . Toda vez que me sinto assim preciso escrever, escrever e escrever.  E eu escrevo muito, em quantidade não em qualidade, que fique esclarecido. Não lembro em que mural eu li algo quase assim: “escrevo como para salvar uma vida, a minha”, essa frase é normalmente atribuída a Clarice Lispector, mas em tempos de internet, wiki e tudo mais, me reservo o direito de não ter certeza.
 Fato é que essa frase mexeu comigo, bateu e ficou. Talvez o motivo seja o de que escrever, para mim, é sempre tão difícil e doloroso que só faço quando considero absolutamente necessário. Invariavelmente me sinto nua, desprotegida como se eu estivesse contando meus segredos. E não, não adianta usar subterfúgios, eu escrevo e sei disso. Imagino as pessoas lendo e já tremo, tenho taquicardia e vontade de sair correndo, mas só tem uma coisa pior que isso e é não escrever.
Deixar de escrever é guardar todas as minhas coisas só para mim e eu não consigo, não posso.  Não sei, mas suspeito que o meu problema passe pelo “humano, demasiado humano”. Isso de sentir demasiadamente as coisas. Essa coisa de não poder dominar o tempo e o espaço também é um defeito, viu Deus?  Aliás, para que o livre arbítrio, heim? Calma, calma é brincadeira.  Contudo, acho que seria uma boa dica em uma próxima tentativa agregar ao livre arbítrio a possibilidade de avançar ou retroceder no tempo - sei que é pedir demais – em todo caso, anote aí.
Não sei se as pessoas se interessam pelo que eu digo, penso e falo, o que me importa é me livrar/libertar - e quem sabe num dia lindo de sol azul isso ajude a alguém também a livrar/libertar -. Quem sabe Ele me ouça e me dê um controle remoto do tempo, um para a minha amiga também. Bueno, tenho tantas idéias boas para dar uma melhoradinha no homem, Pai se precisar já sabe!
Sempre me pergunto o que as outras pessoas fazem quando não aguentam a si mesmas, eu divido isso de Ser humano, - me - (d)escrevo, ouço musica com fone de ouvido no volume máximo - isso também  serve para quando não agüento os outros– e falo com as minhas amigas. Hello meninas, I need a little help from my friends.

sábado, 5 de março de 2011

Permitir-se.

Isso de ser humano, demasiadamente ainda me mata.
Há coisa mais humana do que morrer?
Morrer de medo.Morrer de frio, sede.
Morrer de desejo.
Morrer de rir, de chorar.
O que eu mais gosto certamente é de morrer de amor.

Então, façamos um brinde a morte - à unica coisa certa na vida -  que não nos deixa esquecer da nossa humanidade.