sábado, 15 de maio de 2010

Da serie: Aos sábados quase sempre a tarde...

Minhas palavras  embaralhadas, meus pensamentos embaraçados.
Eu perdida nesse castanho - chocolate tabaco mel café - do seu olhar,é engraçado como os seus olhos conseguem sintetizar o melhor.Há um "seiquelá" que me mata, uma voluptuosidade pura, uma maldade ingênua.
Causa uma embriaguez lasciva.
Com você por perto fico tão cheia de frases feitas,  clichê, piegas.Vou embora de mim em qualquer navio em direção a Zanzibar, ou um bar mesmo.
Por todas essas coisas, por todo esse tempo, talvez, é que nestas noites de cinza, eu o ame...mesmo sem saber o que significa essa palavras seca -amor- por mais que eu tenha tentado entender. Tentativas fracas, pálidas, hesitantes, você diria.

Ah, também - isso é bem pessoal -,não diga, por favor,que faço isso para te recriminar, mas você tem algo nas mãos além do cigarro.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

É? É, é!

Mastigue.
Leia.
Enxergue.
Engula.
Sufoque.
Corra.
Pegue.
Sinta.
Um copo a mais é um corpo a menos?!

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Aos sábados quase sempre a tarde...

Ela era só uma menina querendo encontrar um caminho.
Ele era só um menino querendo seguir o seu caminho.
Para quê?
Eles não queriam ter a menor idéia mas se alimentavam um do outro.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Viver apesar de ...

  "A vida é a arte do encontro embora haja tanto desencontro na vida" disse o poeta, se eu concordo com ele? Absurdamente!
Agora com os meus 23 anos recém completados, e uma nova lista de "coisas pra ser fazer aos 23", andei pensando nos ultimo anos da minha doce vida, no quanto eu amadureci e no quanto ainda vou penar por conta de um equilibro. 
Sempre fui algo reflexiva, quando criança minha avó sempre dizia
- Essa menina ta doente Lurdes, vive pelos cantos lendo!
Ao ler isso você pensará, - eu pensaria- mas que criança adorável, que futuro brilhante.Essa é a questão, fui uma criança e uma aluna brilhante até a minha adolescência, quando PIREI, exatamente isso.Larguei a escola e fui pro mundo.
Fui punk durante a minha aborrescencia e a verdade é que ainda gosto de tudo aquilo, da musica, das roupas enfim...Depois fui fazer teatro, voltei a estudar e entrei em um curso bem maneiro, que eu gostei mais do que imaginava e desde então já se passaram quase 4 anos.


Onde eu quero chegar?  Exatamente aqui aos 23. É extremamente prazeroso perceber que eu vivi e vivi muito, fiz praticamente tudo o que quis, e que conheci pessoas maravilhosas imprimiram um pouco delas em mim.
Recebi ontem um telefone e antes de ontem um depoimento que me deixaram morta, é bom saber que você foi e ainda é importante para determinadas pessoas, e que apesar dos pesares sempre  há o que comemorar e relembrar com  uma saudade boa.E parafraseando ooutro poeta : Viver será nossa melhor obra.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

TEATRO: A ARTE DO DIALOGO



Seria muita ousadia afirmar que o teatro, graças às múltiplas e diversificadas formas que assume, é por excelência o palco do diálogo? Ousadia posta à prova, afirmo e aviso que escrevo sobre mim e meus interesses, logo sobre as minhas verdades. E a verdade apaixonadamente  absoluta que me domina neste instante é a de que é o teatro a maior e mais completa manifestação humana.Digo apaixonadamente, mas poderia dizer patologicamente já que ao que me consta, ambas tem o mesmo radical, entretanto, investigações filológicas à parte,  ao que interessa: o teatro.
O termo teatro deriva do grego theatron, vocábulo este que se utiliza para designar “o local onde se vê”, aludindo ao angulo de visão e à perspectiva de onde podemos observar uma ação ou acontecimento. Diretamente relacionadas a esse termo estão algumas noções como o edifício destinado a espetáculos e representações teatrais, um dos gêneros literários: o dramático; designa ainda o conjunto de obras de um autor (as peças de teatro de Shakespeare), de uma época (o teatro da época clássica), ou ainda o teatro de um país (o teatro nacional, o teatro inglês) e como não poderia deixar de ser: o espetáculo teatral em si, o que implica e direciona a alguns elementos fundamentais, tais como: um espaço cênico, atores, ação dramática e um público que entra nesta realidade ilusória.
Assim como a escrita se realiza na leitura, o “fazer” teatral se realiza no dialogo entre o “Eu”, representado pelo ator, e o “Tu” que é o espectador, isso se entendermos como diálogo uma forma de discurso e modo de expressão  em que dois interlocutores (o “eu” e o “tu”) se alternam reversivelmente interagindo na comunicação, discussão e troca de idéias, informações, sentimentos, pensamentos e atitudes. Logo, o teatro é uma arte social que se baseia na dúvida, pois, o estilo, os temas e as abordagens assentam as suas raízes em dois pólos que desde os tempos mais remotos deixaram ocupadas as mentes mais ousadas: a dúvida e a interrogação.
 Como podemos averiguar em muitos textos que tratam da história do teatro (que não é o nosso foco aqui), desde sua origem ele está associado a uma forma de entender e se apropriar do mundo,  seja para tornar mais compreensíveis fenômenos naturais, tais quais as sociedades primitivas, ou para denunciar os “vícios” de determinada época. Assim chegamos ao teatro contemporâneo que é plural, pois, conjuga e promove o cruzamento de diferentes linguagens vindas de áreas artísticas diversas, (a dança, a literatura, a musica, o vídeo) que ao se interpenetrarem se redefinem e culminam em forma híbrida, heterogênea, uma arte transgressora que dialoga constantemente com outras artes, com a finalidade, única, de manter uma comunicação com o público de agora e expressar os desejos, sonhos, angústias e visões de mundo da alma do homem contemporâneo.
È pouco ou quer mais? O teatro é apaixonante porque coloca o irreversível humano na frente do homem. Desvenda, ensina, intriga, choca, comove, exalta em uma única sentada, mas principalmente incomoda. O incômodo do teatro começa pela possibilidade de decepção e aborrecimento. Prolonga-se na singularidade de nos obrigar a viver um momento em que temos de dar atenção a outros seres humanos, investidos de contadores de histórias. E acaba, eventualmente, se tivermos sorte, no desconforto de lograr tocar-nos, entrando em nós como um veneno e até, conforme a picada e o fluxo sanguíneo, mudar a nossa vida para sempre. Porém, o principal incômodo causado pelo teatro consiste no fato de que ele está sempre a reclamar atenção, a dar nas vistas, a sugerir-nos que mais vale uma noite “assim-assim” que a aridez de uma vida sem teatro.
            Pois é, toda essa verborragia toda para dizer algo tão simples, que é algo entre um apelo desesperado, mais desesperado que tango argentino, e uma convocação: pelo amor de Deus pessoas, não deixem de ir ao teatro. Bueno, voltado à afirmação inicial, se ainda não esta convencido vá e tire suas próprias conclusões. 
Ps: Este texto foi escrito para a revista "Dialogo das artes", ainda não publicada e tals, quando tiver novidades posto aqui. Beijos